Se eu pudesse desenhar a minha história, nela não teria tristeza...Não haveria espaço para a doença, a desunião e o desamor. A família seria sempre alegre, as realizações permanentes e o amor imperaria! Se eu pudesse...O choro só existiria para exaltar um momento de grande emoção, de satisfação, orgulho de si ou de alguém! Choro de alegria! Não haveria fome, guerra, preconceito e discriminação. O mundo teria igualdade entre os diferentes. Se eu pudesse desenharia e pintaria um novo mundo...Aquele que via quando era criança e se tinha um borrão, ia lá e apagava...Agora, o desenho vai se moldando e percebo que nem sempre, ou quase nunca, o controle está nas minhas mãos. O lápis tem a cor que o tempo da vida desejar...As mudanças chegam num passe de mágica! E a maturidade as vezes me pega de surpresa e diz: hora de aprender mais essa. Borrões, redesenhos, a vida só não permite rascunho! Em preto e branco ou colorida a realidade é a todo instante estampada com uma novidade, uma surpresa! O medo bate à porta! Procuro aquela borracha para apagar o que não está bonito, mas ela já não existe...Só a certeza de que nessa pintura o quadro é sempre exclusivo, diferente, único e por isso especial! É o quadro da minha história, da minha vida! A coragem colore o medo e mostra que não mais é preciso de borracha, pois nada há de ser esquecido, mas compreendido! Sentidos e sentimentos...E a naturalidade é a melhor forma de interpretar essa obra...Essa arte de viver! A cada dia um novo traço, uma nova cor...
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